quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A CATEDRAL DE NOSSO SENHOR DO BONFIM EM GRAJAÚ (Parte 3)


1.      “Um dos mais belos templos do Maranhão!”
Assim foi definida a Catedral de Grajaú pelo abalizado historiador da missão lombarda, frei Metódio de Nembro: “A Catedral de Grajaú é, sem dúvida, um dos mais belos templos do Maranhão e, talvez do Brasil!”
Na mente de Dom Emiliano, a catedral devia ser bastante simples, condizente à realidade de uma pequena cidade do sertão. Sucessivamente, devido à persistência dos outros frades que previam o desenvolvimento da cidade e constatando o sucesso das construções de frei Francisco de Chiaravalle em Imperatriz, onde tinha levantado belíssima igreja em honra de Santa Tereza, surgiu a idéia de uma catedral mais imponente.

Vista atual da cidade de Grajaú e a sua Catedral.

Em maio de 1938, Frei Francisco de Chiaravalle foi à Itália para as férias, acompanhando Dom Emiliano e lá encontrou todo o apoio por parte dos confrades, amigos e benfeitores. Assim nasceu o projeto da atual igreja.
Frei Francisco de Chiaravalle (em pé)
O dedicado e talentoso arquiteto milanês Caetano Ciucarelli Colvanni dividia o seu tempo entre seu estudo em Via Sardenha e o convento dos Capuchinhos de Viale Piave, onde se hospedava Frei Francisco; lá estudavam o projeto no conjunto e seus detalhes, para realizar esta façanha no longínquo Maranhão.
Segue-se a descrição da catedral:
A catedral é de três naves em forma de cruz latina. 46 metros desde o átrio à abside do Coro. O corpo da igreja mede 19 metros, sendo nove reservados à nave central e cinco para cada nave lateral.
A catedral possui 16 metros de altura, enquanto a torre passa dos 35 metros. Cinco poderosas pilastras de cada lado, enquanto formam a nave, servem para dividir em cinco setores cada uma das naves laterais. Nestes setores, encontram-se o batistério, quatro altares laterais e os confessionários. Cinco portas dão acesso ao templo sagrado: três na fachada principal e duas nos lados do transepto. O estilo lombardo teve de se adaptar ao clima e ao sol tropical, que sugeriram ao arquiteto umas modificações do estilo genuíno. Unindo aos cânones do estilo clássico e as necessidades impostas pelo ambiente local, o resultado foi uma obra de arte admirável.



“A semelhança dos confrades que trabalharam ou trabalham em outras zonas do Brasil, os missionários capuchinhos lombardos trouxeram ao campo que lhes foi confiado uma variedade de formas arquitetônicas que merecem ser sublinhadas. Inspirando-se fundamentalmente no estilo lombardo, que floresceu na Alta Itália durante os séculos XIV e XV, souberam, porém enxertar-lhes outros elementos, de forma que obtiveram expressões arquitetônicas que, embora remontem aos estilos clássicos não deixam de oferecer uma variedade e atualização próprias, mesmo sob o ponto de vista artístico. Assim, a catedral de Grajaú, em românico, expresso numa concepção moderna com arrojada inovação da imponente torre frontal, em gótico atenuado, pela presença de elementos românicos, o palácio do Sr. Bispo. Levemente modificado o estilo da catedral foi decalcado sobre o de outra igreja do bom Jesus da Lapa, tendo o merecimento de se apresentar com graça e harmonia especiais, que recordam elementos, não isentos de sadio modernismo de forma”.
Digno de nota, na torre, é a decoração com figuras geométricas, mas conduzida com gosto, tanto nas cores como nas técnicas, e o piso mosaicado.


Caetano Ciucarelli Colvanni, enviando por meio de Frei Francisco, o projeto definitivo da catedral, escrevia a Dom Emiliano:
“Excelência,
Por meio de Frei Francisco apresento-lhe meus votos. Queria lembrar-se de mim a Deus, para que pré proteja, conforte e ajude. Espero que se agrade da nova fachada. Ora aguardo a sua segunda volta a Itália para o novo ano. Qualquer coisa de que precisar contribuirei com a minha obra modesta para aquilo que o Senhor e seus missionários irão fazer para o engrandecimento e exaltação da fé e do bom nome da Itália. Eng. Caetano Ciucarelli Colvanni, Milão, Outubro de 1938”.

domingo, 20 de outubro de 2019

A CATEDRAL NOSSO SENHOR DO BONFIM EM GRAJAÚ (Parte 2)


1.      O lançamento da primeira pedra

No ano de 1938, decorriam as bodas de pratas de ordenação sacerdotal de Dom Emiliano Lonati, e foi lançada a ideia de fazer coincidir esta data com o assentamento da primeira pedra da catedral. Isso ocorreu aos 07 de dezembro de 1938 e foi um dia memorável que marcou a vida da cidade.

Dom Emiliano Lonati

Os jornais da capital registraram o fato descrevendo com riqueza de detalhes e acontecimentos. Eis a redação de “O Maranhão”, em uma edição de 17 de janeiro de 1939:
“As festas comemorativas do jubileu sacerdotal de Sua Excelência reverendíssima Dom Emiliano Lonati, bispo da Prelazia de Grajaú, fizeram convergir para esta cidade eminentes figuras da missão capuchinha do norte do país; o próprio Arcebispo metropolitano, sua Excia Ver. Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos, veio até aqui participar das homenagens tributadas ao virtuoso prelado. O Dr. Interventor federal, que na mesma ocasião percorria o sul do Estado, visitando municípios, ao chegar em Porto Franco, destacou o mais ilustre membro de sua comitiva, o chefe de policia Coronel José Faustino para vir representar o governo maranhense, nos festejos que aqui se realizaram. As cidades vizinhas enviaram-nos caravanas, notadamente Barra do Corda que se fez representar por elementos de sua culta sociedade, pela orquestra infantil a “Banda de São Francisco”, por uma embaixada esportiva e a ‘Sociedade de São Vicente de Paulo’”.
A população local ainda não assistia a solenidade de tamanho vulto e importância, que tiveram também a presença de grande número, de absoluta ordem do primeiro ao ultimo dia das festas.
A incomputável massa popular presente a todos os ofícios religiosos portou-se com máxima contrição, demonstrando ter a verdadeira compreensão do espírito da fé cristã.
Um dos participantes da romaria dos vicentinos vinda de Barra do Corda, o senhor Lourival Pacheco recorda esta proeza: “Para a inauguração da pedra fundamental da Catedral de Grajaú, vim numa romaria organizada pelos vicentinos. Tinha então quinze anos.
Viemos pelo Caeté, Arranca, Sibéria, saindo aqui, pelo Remanso. Vínhamos caminhando. Todos uniformizados, camiza azul claro, com chapéu de palha. Onde chegávamos, cantávamos as ladainhas e rezávamos o terço. A nossa chegada foi deslumbrante; houve recepção calorosa. Havia uma certa proeza em vir a pé. Como vinham uns vicentinos idosos, traziam animais, mas iam a pé, por ordem estabelecida; eu, sendo jovem, e não sujeito as leis, vez ou outra montava.
Paralela a nossa viagem, veio a Banda São Francisco, dirigida pelo saudoso mestre Moisés da Providência Araújo, que se fazia acompanhar pelo superior Frei Adriano de Zânica”.
O ilustre Dr. Antenor Bógea assim descreve os faustosos dias ocorridos em Grajaú: “Apraz-me recordar... as festividades de Bodas de prata... havidas em Grajaú em 1938, da ordenação sacerdotal do Bispo daquela prelazia, Dom Emiliano Lonati: é-me grato recordar aquelas festividades de que fui testemunha ocular. Mas do que isso; de que participei em todas as manifestações durante uma semana. Assisti a ela como presidente da comissão encarregada das comemorações, eleito que fora por inesperada aclamação popular.
Pude auferir o quanto era estimado aquele saudoso prelado pela população local e das cidades vizinhas. Delegações destas concorreram para o êxito das solenidades, em meio a ruidosas manifestações de afeto e aplauso a Dom Emiliano.”
Grajaú transformou-se num vibrante centro de júbilo e fervor religioso. Todos os particulares da festa foram transmitidos fielmente pelo cronista e vigário da Paróquia, Frei Cesário Minali.
“Dom Carlos e Dom Emiliano benzem a primeira pedra da futura catedral. O lugar preparado com esmero oferece uma linda vista. Assistência numerosíssima. Acabada a benção litúrgica, artístico pergaminho, assinado pelas autoridades, foi encerrado numa pedra”.
Antes da missa de Dom Emiliano, Dom Carlos assomou a tribuna e proferiu magistral discurso, explicando a belíssima significação da cerimônia, convidando o povo a amar a sua igreja, a cooperar para que, em breve, Grajaú, sede da Prelazia, possua a sua catedral.

Discurso de Dom Carlos Carmelo Vasconcelos, então Arcebispo de São Luís do Maranhão. (Grajaú, 07.12.1938)

Dom Carlos Carmelo Vasconcelos, vigésimo quarto bispo do Maranhão e segundo arcebispo; depois foi transferido para São Paulo, onde tornou-se o seu 15º bispo, 3º Arcebispo e primeiro Cardeal. Depois, foi nomeado o primeiro Arcebispo de Aparecida do Norte, sendo o cura do maior santuário mariano do Mundo.

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A CATEDRAL DE NOSSO SENHOR DO BONFIM EM GRAJAÚ-MA



Caríssimos!  hoje iniciaremos uma série de postagens sobre as construções edificadas pelos capuchinhos lombardos ao longo de alguns estados do norte e nordeste do Brasil. Vamos começar pela Catedral Nosso Senhor do Bonfim, em Grajaú (Maranhão), edificada entre os anos 1938 e 1941, mas desde muito antes já pensada a projetada. Muitas das informações são retiradas da pesquisa feita por Frei João Franco Frambi, quando pároco da catedral de Grajaú, no ano 1994.

1.        O plano de Dom Roberto Colombo
O primeiro bispo de Grajaú Dom Roberto Colombo (1870-1927), ao tomar posse da Prelazia, sentiu imediatamente a necessidade de uma catedral que fosse digna e espaçosa. Em carta ao então senhor Núncio apostólico do Brasil, Dom Henrique Gasparri, datada de 27 de fevereiro de 1923, queixava-se da igrejinha, velha e arruinada que servia de matriz.

Dom Frei Roberto Júlio Colombo de Castellanza, primeiro bispo prelado de Grajáu (1922 a 1927).

Os antigos grajauenses lembram-se da primeira catedral descrevendo-a saudosamente, com sua torre e altares. Situava-se no largo artistante do atual Colégio diocesano, bem ao lado da velha mangueira que continua de pé, fazendo sombra e abrigando os moradores da cidade alta. A fotografia desta igreja mostra uma típica igreja das cidades do interior, simpática e modesta, que ficou no coração dos que nela foram batizados, crismados e receberam a 1ª comunhão ou casaram diante do santo altar.

Antiga igreja matriz de Grajaú

Ao viajar para a Itália, em 1926, Dom Roberto procurou obter meios e auxílios para socorrer a pobreza da Prelazia. No meio de suas fadigas, teve o conforto de tratar intimamente com Sua Santidade o Papa Pio XI, o qual, admirado com o empenho do apóstolo da prelazia maranhense, dispensou-lhe animação e alento com uma grande oferta para a catedral a ser construída. Dom Roberto ainda pediu umas bênçãos especiais de Roma; veio-lhe magnífica resposta, animando-o para o santo empreendimento: “Aos que, com ofertas ou com trabalho, colaborarem para esta obra, é concedida uma benção apostólica, penhor de graças celeste”. Assinada pelo Cardeal Gasparri a 10 de maio de 1927.

O Papa Pio XI.
O Núncio Apostólico do Brasil, Dom Henrique Gasparri (ao centro, de ferraiolo).

Antes de sair para a sua quinta viagem de visita pastoral, Dom Roberto deixou ordens de se ajuntar material para a futura catedral. Ao morrer, pranteado em Fortaleza, no dia 08 de novembro do mesmo ano, o santo bispo não viu realizado o seu grande sonho, mas ele dorme o sono dos justos na catedral que tanto desejou o que foi realizado pelo seu sucessor Dom Emiliano Lonati.


Primitiva lápide funerária de Dom Roberto (localizada no Palácio Episcopal de Grajaú)

Lápide funerária de Dom Roberto (localizada ao lado esquerdo do presbitério da Catedral de Grajaú)

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

PRELAZIA DE CAROLINA



A enorme extensão territorial e o crescente desenvolvimento na região tocantina do estado, sugerem um desmembramento e criação de uma nova entidade que possa corresponder melhor os avanços naquela região. Assim, o pedido apresentado por Dom Emiliano Lonati em 1957 tornou-se realidade no ano seguinte, com a criação da nova Prelazia confiada aos capuchinhos, com sede em Carolina.

12/06/1951: Dom Emiliano Lonati e Frei Vittorino vistoriam
as obras da construção do hospital São Francisco em Grajaú

Para primeiro bispo foi chamado Dom Cesário Minali, então bispo da prelazia do Alto Solimões, no Amazonas. Seu ministério episcopal iniciou-se no dia 28 de junho de 1958.[i]

Dom Frei Cesário de Colognola: de secretário de Dom Emiliano, cura da catedral de Grajaú
e vigário geral da Prelazia a Custódio Provincial e em seguida Bispo Prelado do Alto Solimões.
Pouco tempo depois, assumiu a nascente Prelazia de Carolina.

Para constituir a nova prelazia, foram selecionadas as paróquias de São Pedro de Alcântara em Carolina, Santa Tereza de Imperatriz, Santana de Montes Altos, Sagrado Coração de Jesus em Amarante e Nossa Senhora da Conceição de Porto Franco.

Alunado do Colégio das irmãs capuchinhas, Imperatriz, 1960.

Frei Eliezer de Morazzone (Arcádio Benzoni) em Imperatriz (ano 1960).

O escasso clero da Prelazia de Carolina (a partir da esquerda, em pé): Frei Gil, Frei Humilde (Ângelo Falomi), Frei Dario (Angelo de Milão) Fornasiero, Frei João José, Dom Cesário, Frei Elias, Frei Tranquilino; (abaixo): Frei Osvaldo e Frei Epifânio D'Abadia.

Casa dos Frades em frente à Igreja de Santa Teresa D'Avila (Imperatriz, 1967).

Vista aérea da cidade de Imperatriz

A constituição da nova prelazia foi rápida e eficiente. Com a abertura da BR 010 Belém-Brasília, a cidade de Imperatriz ganhou impulso comercial, tornando-se centro ativo e dinâmico de toda a região.


RESUMINDO:
O período de 1937 a 1966 foi marcado de grandes transformações na vida e identidade franciscano-capuchinha nas terras de missão. Diversas iniciativas, no âmbito eclesial, formativo e edilício são feitas ao longo do território da missão:
a)      Com a criação da custódia do Maranhão, foi dado forte impulso à formação dos candidatos que nasciam no Brasil. Inicialmente encaminhados à Itália, logo foram edificadas estruturas para garantir uma sólida formação em terras brasileiras. Isso garantiu um aumento notável das vocações nativas.
b)      As prelazias de Grajaú e Carolina foram grandes campos para o trabalho apostólico dos frades. Com a criação de novas paróquias, os frades não somente cuidavam espiritualmente da população, mas também no âmbito social. As paróquias eram acompanhadas de escolas, hospitais, clubes e salões para a formação cultural da população.
c)      Nos territórios das prelazias (Grajaú e Carolina no Maranhão) e nas regiões de Abaetetuba e do “salgado” (Pará), os frades edificaram grandes igrejas e diversas estruturas paroquiais. Algumas residências eram verdadeiros conventos, enquanto outras eram pequenas residências para estação do missionário.


[i] ACTA APOSTOLICAE SEDIS. Cidade do Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1958. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS-47-1958-ocr.pdf>.

sábado, 12 de outubro de 2019

ENQUANTO ISSO, NA PRELAZIA DE GRAJAÚ...


A Prelazia de Grajaú, que havia cedido a paróquia de Turiaçú à Prelazia de Gurupi, continuara a ser o centro do trabalho da custódia. Na direção sábia de Dom Emiliano Lonati, prosseguiu-se o trabalho de edificação da igreja local, empenho em evangelizar o interior através da desobriga, além das atividades no meio indígena.

Típica imagem dos missionários capuchinhos no interior do Maranhão e Pará:
Frei Evaldo Giudici e um indigena (Barra do Corda, 1960)

No período do episcopado de Dom Emiliano, foram criadas as paróquias:

Presidente Dutra (1945)
Porto Franco (1950)
Montes Altos (1957)
Tuntum (1959)

 Acrescentam-se ainda as paróquias de Amarante (1954) e Esperantinópolis (1955).[i] Cada uma destas paróquias merecerá uma postagem de histórico futuramente.
No dia 07 de dezembro de 1938, nas suas bodas de prata sacerdotais, Dom Emiliano lançou a primeira pedra da Catedral de Grajaú, edificada por Frei Francisco de Chiaravalle nos anos 1939-1941[ii]. Para maiores informações, confira uma postagem que fizemos sobre Frei Francisco.


Grajaú-MA: Catedral Nosso Senhor do Bonfim

Além da catedral, acrescente-se também a construção do colégio São José em Barra do Corda, a nova matriz de Porto Franco (erguida por frei Tomaz), a nova matriz de Santa Tereza em Imperatriz, a casa episcopal em Grajaú, além de tantas outras iniciativas.
Depois da catedral de Grajaú, a cidade de Barra do Corda foi contemplada com uma nova e monumental igreja matriz, projetada por frei Adriano e erguida por frei Francisco entre os anos 1950 e 1951.[iii]
Com o trabalho de frei Alberto Beretta na saúde, frei Benjamim de Borno na educação, frei Adriano de Zânica na produção cultural e de tantos outros, a Prelazia de Grajaú foi tornando-se verdadeiramente um vasto campo apostólico. São os anos de ouro da prelazia.

Frei Alberto Bereta

No ano de 1958, Dom Emiliano passou a ser auxiliado por Frei Adolfo Luís Bossi, eleito bispo prelado-coadjutor. Dom Adolfo assumiu a Prelazia após a renúncia de Dom Emiliano em 1965.

Dom Adolfo Bossi de Sesto San Giovanni,
Bispo coadjutor e mais tarde Prelado Nullius de Grajaú



[i] DIOCESE DE GRAJAÚ: Povo de Deus a caminho – Celebrando o Jubileu: 85 anos de Prelazia e 25 de Diocese. Barra do Corda: Assegraf, 2006.
[ii] FRAMBI, Frei João Franco. A catedral de Nosso Senhor do Bonfim em Grajaú. Grajaú: 1994.
[iii] ZÂNICA, Frei Adriano de. Dall’Impossibile all’incredibile. Milano: Ancora, 1970.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

EXPANSÃO DO APOSTOLADO NO PARÁ E NO MARANHÃO


Também em Belém Pará, os frades ampliaram seu campo de missão. Mesmo com as múltiplas atividades no Santuário de S. Francisco, os frades assumiram a pastoral das paróquias de S. José de Queluz e São Pedro e São Paulo no Guamá.

Abaetetuba-PA

Na cidade de Abaetetuba os frades começam a assistir a partir de 1937. Mas só em 1947 foi fixada residência, e dois anos mais tarde a paróquia foi assumida. Em 1953, também as irmãs capuchinhas chegam para somar forças. Dali, nos anos sucessivos, os frades assumiram temporariamente, sempre em missões itinerantes, as paróquias de Igarapé-Mirim, Acará, Mojú, Barcarena e Conde. O Arcebispo de Belém Dom Mario Villas-boas desejava até que Abaetetuba fosse sede de uma prelazia confiada aos frades, mas com a criação da Prelazia de Carolina, novamente os frades direcionam suas forças ao Maranhão. Os frades fecharam a residência de Abaetetuba em 1957.[i]

Primavera-PA: Igreja São João Batista

No início dos anos 60, a custódia volta a se interessar por uma região que já conhecera os frades através da colônia do Prata. No ano de 1962, foi aberta a residência na paróquia de Primavera, também assumindo o cuidado pastoral da freguesia de Quatipuru.

Salinópolis: Igreja Nossa Senhora do Socorro

Os frades dessas duas cidades também davam assistência à cidade de Salinópolis. Em 1964 os capuchinhos aceitam o cuidado pastoral de forma provisória da paróquia de Capanema. Depois de algumas incertezas, Capanema foi aceita por definitivo em 1967. Já são quase 50 anos de presença neste centro em desenvolvimento.

Capanema: primitiva igreja matriz

Capanema: atual igreja paroquial

No Maranhão, os frades desempenham atenção especial à ilha de S. Luís, com a reforma do Convento do Carmo, a fim de facilitar os trabalhos na igreja do centro da capital. No Anil, no ano de 1942 é erigida a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, desmembrada da paróquia de Paço do Lumiar. No ano de 1947, são iniciados os trabalhos de construção da atual igreja matriz.

São Luís/Anil: nova igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição



[i] ZAGONEL, Frei Carlos Albino (org.) Os Capuchinhos no Brasil. Porto Alegre: Evangraf, 2001.

PRESENÇA CAPUCHINHA NO CEARÁ E PIAUÍ: OS ANOS DA FORMAÇÃO



Messejana, 1940: Frei Honório de Origgio e Frei Gaudêncio de Rescalda
Depois da saída dos frades de Canindé, a presença capuchinha no Ceará voltou a ser incrementada com novas e importantes casas. O motivo principal foi o impulso dado à formação dos novos candidatos.
No Ceará:
·         Messejana: Esta localidade situada na periferia de Fortaleza foi escolhida para ser o Seminário seráfico no ano de 1934.

Messejana: Igreja do Seminário Seráfico Nossa Senhora do Brasil

·         Guaramiranga: Esta vila situada na serra de Baturité pareceu o lugar mais conveniente para a fundação de um noviciado, em 1936.

Guaramiranga: Igreja Nossa Senhora de Lourdes


·         Juazeiro do Norte: a presença dos capuchinhos nesta cidade foi em decorrência do legado deixado pelo padre Cícero. Os frades abriram residência no ano de 1949, mas o convento do estudantado só foi inaugurado no ano de 1956.

Juazeiro do Norte: Santuário São Francisco das Chagas

·         Sobral: a convite do bispo Dom José Tupinambá da Frota, os frades chegaram no ano de 1955, para assumir a cura da Igreja-santuário de São Francisco. Depois da construção do convento, a partir de 1959 passou a abrigar o estudantado.
No Piauí:
O estado do Piauí, desde quando fazia parte do território da diocese de São Luís já era campo apostólico dos primeiros frades. Foi Dom Severino de Mello, primeiro bispo de Teresina, quem convidou os frades a assumirem uma residência definitiva na capital.
·         Teresina: O bispo confiou aos frades a histórica e famosa igreja de S. Benedito, no centro da capital. O convento de Teresina tornou-se logo centro vivo e dinâmico na realidade religiosa piauiense. Quanto à formação, a proposta de uma casa no interior do estado pareceu oportuna. Por conta disso, optou-se por assumir a cidade de Parnaíba.

Resultado de imagem para igreja são benedito teresina
Teresina: Igreja São Benedito

·         Parnaíba: Os frades assumiram Parnaíba no ano de 1946, no auge dos trabalhos da custódia. Foram logo construídas estruturas para as atividades dos frades, quer para a missão, como para a formação. Depois de reformada a igreja, foi construído o enorme convento, para abrigar o estudantado do pós-noviciado.

Parnaíba: Igreja de São Sebastião