Caríssimos! hoje iniciaremos uma série de postagens sobre as construções edificadas pelos capuchinhos lombardos ao longo de alguns estados do norte e nordeste do Brasil. Vamos começar pela Catedral Nosso Senhor do Bonfim, em Grajaú (Maranhão), edificada entre os anos 1938 e 1941, mas desde muito antes já pensada a projetada. Muitas das informações são retiradas da pesquisa feita por Frei João Franco Frambi, quando pároco da catedral de Grajaú, no ano 1994.
1.
O plano
de Dom Roberto Colombo
O primeiro
bispo de Grajaú Dom Roberto Colombo (1870-1927), ao tomar posse da Prelazia,
sentiu imediatamente a necessidade de uma catedral que fosse digna e espaçosa. Em
carta ao então senhor Núncio apostólico do Brasil, Dom Henrique Gasparri, datada
de 27 de fevereiro de 1923, queixava-se da igrejinha, velha e arruinada que
servia de matriz.
Dom Frei Roberto Júlio Colombo de Castellanza, primeiro bispo prelado de Grajáu (1922 a 1927). |
Os antigos grajauenses
lembram-se da primeira catedral descrevendo-a saudosamente, com sua torre e
altares. Situava-se no largo artistante do atual Colégio diocesano, bem ao lado
da velha mangueira que continua de pé, fazendo sombra e abrigando os moradores
da cidade alta. A fotografia desta igreja mostra uma típica igreja das cidades
do interior, simpática e modesta, que ficou no coração dos que nela foram
batizados, crismados e receberam a 1ª comunhão ou casaram diante do santo
altar.
Antiga igreja matriz de Grajaú |
Ao viajar para
a Itália, em 1926, Dom Roberto procurou obter meios e auxílios para socorrer a
pobreza da Prelazia. No meio de suas fadigas, teve o conforto de tratar
intimamente com Sua Santidade o Papa Pio XI, o qual, admirado com o empenho do
apóstolo da prelazia maranhense, dispensou-lhe animação e alento com uma grande
oferta para a catedral a ser construída. Dom Roberto ainda pediu umas bênçãos especiais
de Roma; veio-lhe magnífica resposta, animando-o para o santo empreendimento: “Aos
que, com ofertas ou com trabalho, colaborarem para esta obra, é concedida uma
benção apostólica, penhor de graças celeste”. Assinada pelo Cardeal Gasparri a
10 de maio de 1927.
O Papa Pio XI. |
O Núncio Apostólico do Brasil, Dom Henrique Gasparri (ao centro, de ferraiolo). |
Antes de sair
para a sua quinta viagem de visita pastoral, Dom Roberto deixou ordens de se
ajuntar material para a futura catedral. Ao morrer, pranteado em Fortaleza, no dia
08 de novembro do mesmo ano, o santo bispo não viu realizado o seu grande
sonho, mas ele dorme o sono dos justos na catedral que tanto desejou o que foi
realizado pelo seu sucessor Dom Emiliano Lonati.
Primitiva lápide funerária de Dom Roberto (localizada no Palácio Episcopal de Grajaú) |
Lápide funerária de Dom Roberto (localizada ao lado esquerdo do presbitério da Catedral de Grajaú) |
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