quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A CATEDRAL DE NOSSO SENHOR DO BONFIM EM GRAJAÚ-MA



Caríssimos!  hoje iniciaremos uma série de postagens sobre as construções edificadas pelos capuchinhos lombardos ao longo de alguns estados do norte e nordeste do Brasil. Vamos começar pela Catedral Nosso Senhor do Bonfim, em Grajaú (Maranhão), edificada entre os anos 1938 e 1941, mas desde muito antes já pensada a projetada. Muitas das informações são retiradas da pesquisa feita por Frei João Franco Frambi, quando pároco da catedral de Grajaú, no ano 1994.

1.        O plano de Dom Roberto Colombo
O primeiro bispo de Grajaú Dom Roberto Colombo (1870-1927), ao tomar posse da Prelazia, sentiu imediatamente a necessidade de uma catedral que fosse digna e espaçosa. Em carta ao então senhor Núncio apostólico do Brasil, Dom Henrique Gasparri, datada de 27 de fevereiro de 1923, queixava-se da igrejinha, velha e arruinada que servia de matriz.

Dom Frei Roberto Júlio Colombo de Castellanza, primeiro bispo prelado de Grajáu (1922 a 1927).

Os antigos grajauenses lembram-se da primeira catedral descrevendo-a saudosamente, com sua torre e altares. Situava-se no largo artistante do atual Colégio diocesano, bem ao lado da velha mangueira que continua de pé, fazendo sombra e abrigando os moradores da cidade alta. A fotografia desta igreja mostra uma típica igreja das cidades do interior, simpática e modesta, que ficou no coração dos que nela foram batizados, crismados e receberam a 1ª comunhão ou casaram diante do santo altar.

Antiga igreja matriz de Grajaú

Ao viajar para a Itália, em 1926, Dom Roberto procurou obter meios e auxílios para socorrer a pobreza da Prelazia. No meio de suas fadigas, teve o conforto de tratar intimamente com Sua Santidade o Papa Pio XI, o qual, admirado com o empenho do apóstolo da prelazia maranhense, dispensou-lhe animação e alento com uma grande oferta para a catedral a ser construída. Dom Roberto ainda pediu umas bênçãos especiais de Roma; veio-lhe magnífica resposta, animando-o para o santo empreendimento: “Aos que, com ofertas ou com trabalho, colaborarem para esta obra, é concedida uma benção apostólica, penhor de graças celeste”. Assinada pelo Cardeal Gasparri a 10 de maio de 1927.

O Papa Pio XI.
O Núncio Apostólico do Brasil, Dom Henrique Gasparri (ao centro, de ferraiolo).

Antes de sair para a sua quinta viagem de visita pastoral, Dom Roberto deixou ordens de se ajuntar material para a futura catedral. Ao morrer, pranteado em Fortaleza, no dia 08 de novembro do mesmo ano, o santo bispo não viu realizado o seu grande sonho, mas ele dorme o sono dos justos na catedral que tanto desejou o que foi realizado pelo seu sucessor Dom Emiliano Lonati.


Primitiva lápide funerária de Dom Roberto (localizada no Palácio Episcopal de Grajaú)

Lápide funerária de Dom Roberto (localizada ao lado esquerdo do presbitério da Catedral de Grajaú)

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