A história da Missão dos Capuchinhos no atual
território que compreende os estados do Maranhão, Pará e Amapá é ampla; não se
pode falar de nossa história quando não se compreende o quanto de doação e amor
à missão de levar o nome de Jesus os primeiros confrades tomaram consigo. A atividade
missionária dos capuchinhos no território da “Missão do Norte do Brasil” entrou
em perfeita consonância com o decreto Ad
Gentes, do Concílio Ecumênico Vaticano II: “Ao Exercício desta atividade
(missionária) são impelidos sem cessar os membros da igreja, pela caridade com
que amam a Deus e com que desejam comunicar a todos os homens os bens
espirituais tanto da vida presente como da futura. Finalmente, por esta
atividade missionária, Deus é plenamente glorificado, enquanto os homens por
ela recebem, plena e conscientemente a obra de salvação que ele em Cristo levou
a cabo” (N. 7)
É com este espírito que este ensaio apresenta um
pouco da história da atividade missionária dos frades capuchinhos no Maranhão,
que teve seus inícios através de uma série de fatores que contribuíram para o
seu bem desenvolvimento.
No ano de 1885, o então ministro geral dos
Capuchinhos Frei Bernardo de Andermatt organizara, junto ao conselho geral da
Ordem e a Sagrada congregação de Propaganda
Fidei o chamado “Estatuto das Missões Capuchinhas”, que organizou como
seria a atividade missionária dos frades nas diversas partes do mundo, bem como
a sua atuação junto às igrejas locais e a colaboração com o clero diocesano.
Assim, a então Procuradoria Geral das
Missões da Ordem foi substituída pelas províncias. Deste modo, cada missão
assumiu um contexto e forma própria de evangelizar, de acordo com determinada
metodologia a ser adotada. Naquele período, cada província deveria assumir uma
missão, responsabilizando-se pelos meios de manutenção e pessoal.
O Brasil, que naquela época vivia um momento de
transição política, da monarquia à república, estava necessitando de metas para
sistematizar a educação no país. Por isso, o então ministro de estado Barão de
Lucena, em nome do governo brasileiro, convidou a Santa Sé para uma colaboração
na região amazônica. A Sé Apostólica requisitou à Ordem dos Capuchinhos tal
pedido, de modo que a Cúria Geral pediu à província Capuchinha de São Carlos
Borromeu da Lombardia que assumisse a dita missão. Era o ano de 1891.
O Provincial da lombardia frei José de Rovetta logo
organizou o primeiro contingente de missionários que deveriam ir ao Brasil.
Tendo feito as devidas preparações com cursos de introdução a língua e costumes
locais, o grupo de missionários desembarcou em Recife-PE no dia 24 de Abril de
1892.
Assim, os capuchinhos lombardos no Brasil tinham
dois objetivos: a responsabilidade com a colaboração com os co-irmãos da
província das Marcas na Prefeitura Apostólica de Pernambuco; o compromisso com
a abertura de uma missão indígena na Amazônia. Os primeiros frades foram
recebidos por Frei Caetano de Messina, que, logo os encaminhou a uma colônia
próxima a capital, chamada de Santa Isabel. Depois de algumas tentativas de
missão no Pernambuco e outros estados, os frades chegaram ao Maranhão,
encabeçados por Frei Carlos de San Martino Olearo, que direcionou os planos de
uma missão capuchinha entre os índios, em contraposição as orientações do
prefeito Frei Caetano, que queria que os frades dispensassem suas atividades
entre os cristãos que frequentavam a Igreja da Penha no Recife.
Os frades, convidados então pelo bispo de São Luís Dom Antonio Candido de Alvarenga, chegaram a São Luís, no dia 09 de novembro de 1893, hospedando-se primeiramente na Igreja de São João Batista. Frei Carlos, que outrora havia chegado à cidade no dia 16 de agosto, estava hospedado no Convento de Santo Antonio, onde funcionava o seminário da diocese; ali ele ensinava teologia aos seminaristas. Entre os trâmites legais da missão e algumas desobrigas ou outras atividades de assistência religiosa, o chamado fundador e Pai da Missão Capuchinha foi adaptando-se a realidade do Maranhão. O bispo se mostrou satisfeitíssimo com a presença dos frades em sua diocese, que na época também abrangia o território do estado do Piauí.
Os frades, convidados então pelo bispo de São Luís Dom Antonio Candido de Alvarenga, chegaram a São Luís, no dia 09 de novembro de 1893, hospedando-se primeiramente na Igreja de São João Batista. Frei Carlos, que outrora havia chegado à cidade no dia 16 de agosto, estava hospedado no Convento de Santo Antonio, onde funcionava o seminário da diocese; ali ele ensinava teologia aos seminaristas. Entre os trâmites legais da missão e algumas desobrigas ou outras atividades de assistência religiosa, o chamado fundador e Pai da Missão Capuchinha foi adaptando-se a realidade do Maranhão. O bispo se mostrou satisfeitíssimo com a presença dos frades em sua diocese, que na época também abrangia o território do estado do Piauí.
Alguns frades missionários do inicio do século XX.
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