segunda-feira, 7 de outubro de 2019

ALTO ALEGRE E A PRELAZIA DE GRAJAÚ (parte 3)


Assim, a missão dos capuchinhos no Norte e Nordeste do Brasil ganhou dois objetivos: Plantatio Eclesiae e Plantatio Ordinis. A primeira foi bem mais notória, sendo que além do trabalho dos frades nas capitais, a missão no interior era bem mais específica e intensa, concentrando-se nas desobrigas e santas missões. Foi inevitável que o testemunho de amor pela missão começasse a dar frutos: a partir de 1901, logo após o massacre, ingressaram na vida religiosa frei Lourenço de Alcântara, frei José de Castanhal e frei Bernardo de Viçosa, sendo precedidos depois por uma interminável fila de santos e bons frades nativos.
Assim, quase depois de trinta anos de missão, a Igreja reconheceu por definitivo os frutos do trabalho dos capuchinhos. No dia 10 de fevereiro de 1922 o Papa Pio XI, através da Bula Rationi Congruit elevou o território do centro-sul do Maranhão a Prelazia, com sede na cidade de Grajaú, onde os frades haviam chegado em 1912.

Pio XI
A Prelazia de São José de Grajaú, no ato de sua criação, tinha uma superfície de mais de um terço do atual território do Maranhão, compreendendo uma população de 103 mil habitantes nos centros urbanos, com exceção da zona rural, que naquela época era imensa[i]. No ato de sua criação, a Prelazia era constituída de seis imensas paróquias:
Santa Cruz – Barra do Corda

Nosso Senhor do Bonfim – Grajaú

São Pedro de Alcântara – Carolina

Nossa Senhora da Conceição – Porto Franco

São Francisco Xavier – Turiaçú;

Santa Tereza D’Avila – Imperatriz

Como primeiro Bispo prelado foi escolhido frei Roberto Colombo, então superior regular. Frei Roberto já havia sido escolhido como Administrador Apostólico da nova prelazia já na bula de ereção. A sua nomeação para bispo só aconteceu em 1924, com o breve Comissum humilitati Nostrae. A sua nomeação aconteceu quando ele encerrou a sua terceira visita pastoral, na qual alcançou 2700 km, a cavalo ou barco.[ii]


Dom Roberto Colombo - Primeiro Prelado de Grajaú

Frei Roberto foi sagrado bispo na Catedral da Sé em São Luís, em 1925. Em fevereiro de 1926 ele tomou posse de sua prelazia. Em seu apostolado em Grajaú iniciaram obras que ainda hoje perduram: colégios, escolas, residências missionárias, capelas, bibliotecas, etc. O trabalho foi tanto que Dom Roberto faleceu em Fortaleza, no dia 08 de novembro de 1927, vítima de exaustão.
Organização e presença dos missionários na criação da Prelazia (1922):
Paróquia de Grajaú:
Frei Alfredo de Martinengo – pároco
Frei Natal de Besana – Desobriga
Frei Apolônio de Desenzano
Frei Galdino de Pradalunga
Frei José de Castanhal

Paróquia de Carolina:
Frei Lourenço de Alcântara – pároco
Frei Emiliano Lonati – desobrigante
Frei Matias de Ponterânica
Frei Graciano de Arcisate
Frei João Pedro de Belém

Paróquia de Imperatriz:
Frei Cirilo de Bergamo – pároco (substituído depois por Frei Querubim de Carpiano)
Frei Gaudêncio de Resacalda – desobrigante
Frei Aleixo de Fortaleza

Paróquia de Barra do Corda:
Frei Ricardo de Dovera – pároco
Frei Teobaldo de Monticelli – desobrigante
Frei Carmelo de Brescia
Frei Angélico de Porongaba

Paróquia de Turiaçú:
Frei Miguel de Origgio – pároco
Frei Bernardino de Mornico – desobrigante
Frei Eugenio de Moretta
Frei Simpliciano de Abbiategrasso
Frei Francisco de Ourém

A Prelazia enriqueceu-se com a presença das irmãs capuchinhas de frei João Pedro. Em Grajaú elas chegaram em 1922, a Turiaçú chegaram em 1923 e Imperatriz em 1926.




[i] NEMBRO, Metódio de. São José de Grajaú: a primeira Prelazia do Maranhão. Fortaleza: Edições A voz de São Francisco, 1955.
[ii] Ibid.

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