Assim, a missão
dos capuchinhos no Norte e Nordeste do Brasil ganhou dois objetivos: Plantatio Eclesiae e Plantatio Ordinis. A primeira foi bem
mais notória, sendo que além do trabalho dos frades nas capitais, a missão no
interior era bem mais específica e intensa, concentrando-se nas desobrigas e
santas missões. Foi inevitável que o testemunho de amor pela missão começasse a
dar frutos: a partir de 1901, logo após o massacre, ingressaram na vida
religiosa frei Lourenço de Alcântara, frei José de Castanhal e frei Bernardo de
Viçosa, sendo precedidos depois por uma interminável fila de santos e bons
frades nativos.
Assim, quase
depois de trinta anos de missão, a Igreja reconheceu por definitivo os frutos
do trabalho dos capuchinhos. No dia 10 de fevereiro de 1922 o Papa Pio XI,
através da Bula Rationi Congruit
elevou o território do centro-sul do Maranhão a Prelazia, com sede na cidade de
Grajaú, onde os frades haviam chegado em 1912.
A Prelazia de São José de Grajaú, no ato de sua criação, tinha uma
superfície de mais de um terço do atual território do Maranhão, compreendendo
uma população de 103 mil habitantes nos centros urbanos, com exceção da zona
rural, que naquela época era imensa[i].
No ato de sua criação, a Prelazia era constituída de seis imensas paróquias:
Pio XI |
Santa Cruz – Barra do Corda |
Nosso Senhor do Bonfim – Grajaú |
São Pedro de Alcântara – Carolina |
Nossa Senhora da Conceição – Porto Franco |
São Francisco Xavier – Turiaçú;
Santa Tereza D’Avila – Imperatriz
|
Como primeiro
Bispo prelado foi escolhido frei Roberto Colombo, então superior regular. Frei
Roberto já havia sido escolhido como Administrador Apostólico da nova prelazia
já na bula de ereção. A sua nomeação para bispo só aconteceu em 1924, com o
breve Comissum humilitati Nostrae. A
sua nomeação aconteceu quando ele encerrou a sua terceira visita pastoral, na
qual alcançou 2700 km, a cavalo ou barco.[ii]
Dom Roberto Colombo - Primeiro Prelado de Grajaú |
Frei Roberto foi
sagrado bispo na Catedral da Sé em São Luís, em 1925. Em fevereiro de 1926 ele
tomou posse de sua prelazia. Em seu apostolado em Grajaú iniciaram obras que
ainda hoje perduram: colégios, escolas, residências missionárias, capelas,
bibliotecas, etc. O trabalho foi tanto que Dom Roberto faleceu em Fortaleza, no
dia 08 de novembro de 1927, vítima de exaustão.
Organização e
presença dos missionários na criação da Prelazia (1922):
Paróquia de Grajaú:
Frei Alfredo de
Martinengo – pároco
Frei Natal de
Besana – Desobriga
Frei Apolônio de
Desenzano
Frei Galdino de
Pradalunga
Frei José de
Castanhal
Paróquia de Carolina:
Frei Lourenço de
Alcântara – pároco
Frei Emiliano
Lonati – desobrigante
Frei Matias de
Ponterânica
Frei Graciano de
Arcisate
Frei João Pedro
de Belém
Paróquia de Imperatriz:
Frei Cirilo de
Bergamo – pároco (substituído depois por Frei Querubim de Carpiano)
Frei Gaudêncio de
Resacalda – desobrigante
Frei Aleixo de
Fortaleza
Paróquia de Barra do Corda:
Frei Ricardo de
Dovera – pároco
Frei Teobaldo de
Monticelli – desobrigante
Frei Carmelo de
Brescia
Frei Angélico de
Porongaba
Paróquia de Turiaçú:
Frei Miguel de
Origgio – pároco
Frei Bernardino
de Mornico – desobrigante
Frei Eugenio de
Moretta
Frei Simpliciano
de Abbiategrasso
Frei Francisco de
Ourém
A Prelazia
enriqueceu-se com a presença das irmãs capuchinhas de frei João Pedro. Em
Grajaú elas chegaram em 1922, a Turiaçú chegaram em 1923 e Imperatriz em 1926.
[i] NEMBRO, Metódio de. São José de Grajaú: a primeira Prelazia do Maranhão. Fortaleza:
Edições A voz de São Francisco, 1955.
[ii] Ibid.
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